quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Simplicidade

A face desconhecida esbanjava o sorriso mais familiar, mais cativante e apaixonante. Os olhos escuros -cor nada especial-, de repente portavam o olhar mais doce. Um olhar vindo de outro local. O sorriso possuía uma doçura e suavidade sobrenatural. A simplicidade, a humildade. Deixou-se morrer a criatura para dar lugar ao Criador. E num intervalo de segundos, o desconhecido se torna o mais próximo, o mais admirável. Fizera a melhor escolha: permitiu-se ser usado.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Simples

         Ao som desta melodia venho tentando expressar o que o meu coração sente. Deixo os dedos passearem pelas cordas e ergo minha cabeça em ato de rendição. Um sorriso sutil começa a se abrir no canto de minha boca e sinto uma lágrima cair sem meu consentimento. Tão simples e tão sobrenatural. Pararia no tempo se pudesse. 

Velho amigo

Afinal, o que é solidão?
Há tanto tempo já não a conheço mais...
Quando penso que estou só, ouço o sussurrar de sua voz em meus ouvidos, arrancando aquele largo sorriso de meu rosto.
Meu velho amigo. Meu companheiro. Que seja eu e você. 
Pra sempre.

Palavras


Escrevo por necessidade mesmo.
Escrevo porque sinto.
Escrevo pra tentar organizar meus pensamentos distorcidos.
Escrevo na esperança de que o "colocar em palavras" me ajude a entender a mim mesma.          

domingo, 9 de dezembro de 2012

Só não sabia que ia sentir tanto

Pés juntos, olhar fixo no automóvel que se vai.
Você acabou de dar aquele sorriso que eu mais gosto
Os olhos brilhando, o amor transbordando.
Então, você está partindo mais uma vez...
Posso sentir a felicidade que sente, então abro o sorriso enquanto observo você ir
Mas aquele sorriso assim, sabe... em meio as lágrimas.
Deixo elas caírem.
Saudades de te ter junto, a todo momento.  

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Imutável

Ela vem se privando desse sentimento a tanto tempo, que acaba esquecendo que não é errado senti-lo. Acredita que é mais fácil, assim nada pode atrapalhar. Nada mudará, não será complicado pra ninguém. Apenas deixa estar como está. Talvez seus olhos foram cobertos pela sua própria opinião, é. Sua mente a fez acreditar que não precisa de nada e que se for sentir algo, que seja tarde. Estranha até mesmo cogitar a hipótese de sentir. A auto-suficiente. Se rotula ela mesma, tentando se convencer de que será sempre assim. Só o que quer é deixar como está. Será mesmo preciso  pensar sobre isso? Será mesmo preciso dar alguma satisfação?
  

Silêncio

          A falta de palavras. O silêncio pairando sobre o ambiente. Somente o ritmado tique-taque do relógio de parede. Em outras situações, isso a incomodaria. Mas, naquele momento, não era um problema. Talvez o silêncio pudesse significar algo. Esforçava-se para descobrir o que ele estava querendo mostrar.  Então decidiu igualar seus pensamentos ao ambiente. Esvaziou sua mente, ordenou que ficasse em silêncio também. Entendeu que o silêncio era apenas uma forma de dizer: espere.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Talvez


          Escrevo ansiosamente, na esperança de que respondas, de que abra espaço para mim. Forço meus pensamentos para que eu possa achar uma maneira de falar. Uma maneira de agir. Frustrada, me retiro. Algo me diz que isso não é o certo a fazer, mas, se eu soubesse qual era o certo... Eu queria mesmo saber o que está acontecendo, mas temo. Temo piorar tudo. Eu poderia consertar, não? Eu poderia mudar se fosse preciso. Eu poderia criar coragem! Eu poderia... 


segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Tempo

          O tique-taque continuo do relógio martelava sua mente enquanto parada só o escutava . O tempo voa, não posso perde-lo de vista, pensou. Olhou para a parede. Um velho calendário pendurado. Analisou-o por um instante. Quase um ano havia se passado desde que todos os planos haviam sido feitos. Tentava lembrar-se o que  fizera de útil esse tempo todo, mas pouca coisa vinha a sua mente.
 Quando pequena sempre fazia planos para o futuro, estava certa de que quando tivesse a idade que tem hoje, já teria cumprido boa parte deles. Engano. Tentou desligar-se dessas lembranças e  planejar mais. Tarde demais. Havia perdido muito tempo. Pegou um pedaço de papel e começou a escrever. Escreveu tudo o que devia cumprir. Escreveu o que costumava escrever todos os ano. Mas dessa vez seria diferente, decidiu. Não queria decepcionar-se novamente.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Perdido


        Eu permanecia intacta, pés juntos, firme. Olhando em direção ao horizonte analisava dois vultos cambaleando  Pareciam confusos, perdidos. Estavam sem direção, caminhavam em círculo e pareciam desesperadamente tentar encontrar algo. 
     Haviam escapado de suas moradas. Não se conhecia o motivo, mas podia-se perceber que não fizeram a escolha certa. Aquele lugar que lhes oferecia proteção, conforto e felicidade, havia sido deixado de lado. Cada um tinha a sua própria teoria para o abandono do lugar. Mas seus olhos haviam se fechado para o verdadeiro motivo. Rapidamente me desloquei para perto dos dois. Tudo o que eu queria era fazê-los esquecer dessa ideia maluca e induzi-los a voltar à seus lugares. Proferi algumas palavras. Palavra da verdade. Palavras que não vinham apenas da minha boca. Palavras que há tanto tempo eles haviam seguido. Há tanto tempo suas próprias vozes a confessavam. 
        Mas tudo parecia ter mudado. Suas vozes já não confessavam as mesmas palavras de antes. Haviam sido influenciados. Haviam dado alguns passos em direção daquele caminho que tanto se esforçaram para manter-se distante antigamente. Minhas palavras já não adiantavam mais, só o que restava era a oração. Decidi me calar. Passo a passo fui me afastando daquele lugar confuso e voltando ao meu lugar. Firmei meus pés ali. Olhei novamente ao meu redor. Vultos caídos, outros tropeçando, sem rumo, sem direção, sendo enganados. Ei, e aqueles que estavam ao meu lado? Onde estão? Já não se encontrava respostas para esse tipo de pergunta. Tamanha tristeza tomou conta do meu ser naquele instante. Fechei os olhos desejando nunca mais presenciar aquele tipo de cena.